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O Futuro do Brasil depende da relação sino-brasileira
30.07.2021

O segundo semestre de 2021 promete um avanço significativo na relação bilateral sino-brasileira com a definição do Plano Decenal de Cooperação Brasil-China.
Há 47 anos a relação sino-brasileira têm demonstrado se tratar de uma parceria ganha-ganha, de respeito mútuo, soberania e de não intervenção nos assuntos internos do outro país.
As relações diplomáticas sino-brasileiras tiveram início em 1974 e desde então têm dados sinais cada vez maiores de intensificação, especialmente no tocante ao comércio e investimentos.
Brasil e China estabeleceram parceria estratégica em 1993, ano em que o Brasil recebeu a visita do Vice-Primeiro Ministro Zhu Rongji e do Presidente chinês Jiang Zemin.
Após, Brasil e China emitiram comunicado conjunto com os quatro pilares dessa relação, a saber: “1) Fortalecimento da confiança política mútua, com base em um diálogo em pé de igualdade; 2) Aumento do intercâmbio econômico-comercial, com vistas ao benefício recíproco; 3) Promoção da cooperação internacional, com ênfase na coordenação das negociações; 4) Promoção do intercâmbio entre as respetivas sociedades civis, de modo a aprofundar o conhecimento mútuo”.
Resultado de tamanha parceria foi a constituição da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN), mecanismo de diálogo político estabelecido em 2004, presidida inicialmente pelo Vice-Presidente do Brasil José de Alencar e Vice-Primeira Ministra da China Wu Yi.
A COSBAN subdivide-se em doze Subcomissões temáticas, cujo propósito é de implementar o pactuado entre os dois países e desenvolver outras oportunidades nos respectivos setores listados abaixo:
(1) Política;
(2) Econômico-Comercial;
(3) Econômico-Financeira;
(4) Inspeção e Quarentena;
(5) Agricultura;
(6) Ciência, Tecnologia e Inovação;
(7) Indústria e Tecnologia da Informação;
(8) Cooperação Espacial;
(9) Energia e Mineração;
(10) Educacional;
(11) Cultural;
(12) Saúde.
O leque de oportunidades continuou com a constituição do Plano de Ação Conjunta Brasil-China (“PAC Chinês”) definidor dos objetivos, metas concretas e orientações para a cooperação bilateral para os próximos cinco anos entre os dois países (PAC I 2010-2014 e, após, PAC II 2015-2021).
Em 2012, com a visita do Primeiro Ministro da China Wen Jiabao ao Brasil, as relações sino-brasileiras foram elevadas à parceria estratégica global (ou abrangente), ano em que também foi constituído o Plano Decenal de Cooperação Brasil-China 2012-2021), arcabouço institucional sino-brasileiro, com o principal escopo de definir os projetos chave entre os dois países.
Dados os inúmeros desafios causados pelo COVID-19 e em virtude da redefinição geopolítica global, o Plano Decenal de Cooperação Brasil-China (2022-2031), a ser discutido e constituído na próxima reunião da COSBAN, estimada para acontecer no segundo semestre de 2021, mais do que aumentar o fluxo político, econômico e comercial sino-brasileiro, será também uma forma do Brasil definir seus objetivos em relação ao seu maior parceiro comercial, mediante a estipulação dos “flagship projects” dessa relação, bem como indiretamente instituirão políticas voltadas ao desenvolvimento do nosso país.
Fonte: Jornal Retranca